quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Auto retrato

Me olho no espelho, me enquadro na tela
Aos suaves traços esboçando em carvão
Sob a tênue luz da janela
Projeta no branco linho a sombra da mão
A leves estocadas do esfuminho
Driblando as nuances da luz amarela
A imagem do espelho corrige o caminho
Em meio ao desenho a trêmula mão
Num gesto insano esfrega o rosto
Olhando o espelho mudou a expressão
Do pálido semblante ao preto fosco
A situação da imagem me irrita
Da cara negra de carvão
Olhando o reflexo o desenho me fita
Como que a mim querendo dizer:
Valeu seu empenho meu caro amigo
Sei que comigo quis parecer
Mas não se parece nada comigo.

                                                  Antônio Bernardino
                                                  Menino Dino.

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